Originalmente publicada em: http://www.ijui.com/ijui/48895-nucleo-pede-que-sociedade-debata-negligencias-na-tragedia-da-boate-kiss.html
Texto: Karin Franco
Na manhã desta segunda-feira, 03, o presidente do Núcleo de Amigos, Parentes e Sociedade em Geral na Defesa dos Direitos dos Cidadãos Vítimas da Negligência do Caso Kiss – Santa Maria, Jorge Luis Malheiros, e os advogados do Núcleo, Humberto José Meister e Graciele Pelizaro Pereira concederam uma entrevista ao Portal Ijuhy.com.
Em entrevista, eles falaram sobre a soltura dos donos da boate Kiss e dos membros da Banda Fandangueira ocorrido na última semana, além das diversas negligências ocorridas durante o processo.
Para Jorge, que também é pai de Fernanda Malheiros, vítima da tragédia, a soltura trouxe um sentimento de decepção e dúvidas.
Segundo ele, há jurisprudência para que a Justiça mantivesse os quatro presos. “Foi um desserviço prestado pela justiça para a sociedade”, disse.
Jorge ainda acrescenta que diversas questões que contribuíram para que a tragédia acontecesse não estão sendo discutidas. “É necessário que se provoque um debate em toda a sociedade e que se apure as negligências e as irresponsabilidades de todos os poderes que são constituídos pela sociedade para organizá-la, fiscalizá-la e dar a ela, as garantias de segurança”, disse.
Para ele, houve negligência do Poder Público e a sociedade precisa cobrar seus direitos. “[O processo] não vai mudar o estrago que fez em nossas vidas (...) mas pode fazer muita diferença na sociedade”, disse.
“Se não for feito um debate mais aprofundado e apontado as irresponsabilidades e as negligências de tudo isso e as responsabilizações de tudo isso, temo que a sociedade permaneça correndo sérios riscos”, explicou.
Jorge ainda disse que a CPI poderá ter alguma contribuição somente se a sociedade tiver uma participação efetiva. “Aquilo lá está mais parecendo um circo político do que uma discussão séria (...) Eu não acredito que aquilo lá possa dar algum tipo de resultado”, disse.
Para o advogado do Núcleo, Humberto José Meister, está clara a negligência do Poder público que deixou a boate funcionar nas condições em que estava.
Ele ainda destacou que a decisão de libertar os quatro indiciados fez com que surgisse na sociedade a sensação de impunidade. “A decisão vem a contribuir a visão de descrédito à Justiça”, disse.
Humberto ainda criticou a decisão do Ministério Público em não denunciar os servidores públicos e disse que os indícios deveriam ser apurados.
Ele ainda explica que o próprio Ministério Público foi negligente quando não apurou a instalação nem a qualidade da espuma colocada na boate, espuma esta, responsável por diversas mortes na tragédia.
Humberto ainda alertou em entrevista que essas negligências não aconteceram somente neste caso, mas também em diversos municípios.
Outro medo dos familiares das vítimas da tragédia, é que os indiciados respondam por crime culposo e não doloso, o que faria a pena ser mais leve.
Humberto explica que as pessoas envolvidas nas negligências assumiram o risco de provocar uma tragédia. Ele usa como exemplo um dos membros da Banda Fandangueira que comprou um sinalizador que deveria ser aceso em local aberto e não o sinalizador que é adequado para locais fechados. O membro da banda teria sido avisado do perigo, mas comprou o sinalizador para local aberto.
Essa também é a mesma opinião da advogada do Núcleo, Graciele Pelizaro Pereira.
Para ela, a quantidade de negligências no caso mostram que os envolvidos tinham a consciência do que estavam fazendo.
No dia do lançamento do Núcleo em Ijuí, na última segunda-feira, 27, diversas pessoas puderam se associar ao Núcleo. Segundo Jorge, em pouco tempo a resposta da comunidade já é positiva.
Ele ainda destacou que o Núcleo surgiu para que as pessoas pudessem expressar a sua vontade através do movimento.
O Núcleo ainda deve lançar nesta semana um site, para que as pessoas possam se associar ao movimento e contribuir na busca por direitos. Enquanto isso, as fichas de inscrição são conseguidas através do e-mail nucleomissoesvst@hotmail.com.
Texto: Karin Franco
Na manhã desta segunda-feira, 03, o presidente do Núcleo de Amigos, Parentes e Sociedade em Geral na Defesa dos Direitos dos Cidadãos Vítimas da Negligência do Caso Kiss – Santa Maria, Jorge Luis Malheiros, e os advogados do Núcleo, Humberto José Meister e Graciele Pelizaro Pereira concederam uma entrevista ao Portal Ijuhy.com.
Em entrevista, eles falaram sobre a soltura dos donos da boate Kiss e dos membros da Banda Fandangueira ocorrido na última semana, além das diversas negligências ocorridas durante o processo.
Para Jorge, que também é pai de Fernanda Malheiros, vítima da tragédia, a soltura trouxe um sentimento de decepção e dúvidas.
Segundo ele, há jurisprudência para que a Justiça mantivesse os quatro presos. “Foi um desserviço prestado pela justiça para a sociedade”, disse.
Jorge ainda acrescenta que diversas questões que contribuíram para que a tragédia acontecesse não estão sendo discutidas. “É necessário que se provoque um debate em toda a sociedade e que se apure as negligências e as irresponsabilidades de todos os poderes que são constituídos pela sociedade para organizá-la, fiscalizá-la e dar a ela, as garantias de segurança”, disse.
Para ele, houve negligência do Poder Público e a sociedade precisa cobrar seus direitos. “[O processo] não vai mudar o estrago que fez em nossas vidas (...) mas pode fazer muita diferença na sociedade”, disse.
“Se não for feito um debate mais aprofundado e apontado as irresponsabilidades e as negligências de tudo isso e as responsabilizações de tudo isso, temo que a sociedade permaneça correndo sérios riscos”, explicou.
Jorge ainda disse que a CPI poderá ter alguma contribuição somente se a sociedade tiver uma participação efetiva. “Aquilo lá está mais parecendo um circo político do que uma discussão séria (...) Eu não acredito que aquilo lá possa dar algum tipo de resultado”, disse.
Para o advogado do Núcleo, Humberto José Meister, está clara a negligência do Poder público que deixou a boate funcionar nas condições em que estava.
Ele ainda destacou que a decisão de libertar os quatro indiciados fez com que surgisse na sociedade a sensação de impunidade. “A decisão vem a contribuir a visão de descrédito à Justiça”, disse.
Humberto ainda criticou a decisão do Ministério Público em não denunciar os servidores públicos e disse que os indícios deveriam ser apurados.
Ele ainda explica que o próprio Ministério Público foi negligente quando não apurou a instalação nem a qualidade da espuma colocada na boate, espuma esta, responsável por diversas mortes na tragédia.
Humberto ainda alertou em entrevista que essas negligências não aconteceram somente neste caso, mas também em diversos municípios.
Outro medo dos familiares das vítimas da tragédia, é que os indiciados respondam por crime culposo e não doloso, o que faria a pena ser mais leve.
Humberto explica que as pessoas envolvidas nas negligências assumiram o risco de provocar uma tragédia. Ele usa como exemplo um dos membros da Banda Fandangueira que comprou um sinalizador que deveria ser aceso em local aberto e não o sinalizador que é adequado para locais fechados. O membro da banda teria sido avisado do perigo, mas comprou o sinalizador para local aberto.
Essa também é a mesma opinião da advogada do Núcleo, Graciele Pelizaro Pereira.
Para ela, a quantidade de negligências no caso mostram que os envolvidos tinham a consciência do que estavam fazendo.
No dia do lançamento do Núcleo em Ijuí, na última segunda-feira, 27, diversas pessoas puderam se associar ao Núcleo. Segundo Jorge, em pouco tempo a resposta da comunidade já é positiva.
Ele ainda destacou que o Núcleo surgiu para que as pessoas pudessem expressar a sua vontade através do movimento.
O Núcleo ainda deve lançar nesta semana um site, para que as pessoas possam se associar ao movimento e contribuir na busca por direitos. Enquanto isso, as fichas de inscrição são conseguidas através do e-mail nucleomissoesvst@hotmail.com.
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