Durante a disciplina "Jornalismo Especializado" fomos desafiados a fazer reportagens sobre cultura para uma revista, e além disso, angariar publicidade para a mesma.
Nessa revista participei da redação, além de ter ajudado em fotografias e produção em outras matérias. Também ajudei na diagramação dessa revista.
Abaixo reproduzo a matéria que elaborei e diagramei.
Box 1: Algumas curiosidades
Em uma das edições, Luis Carlos Borges ficou 27 horas sem parar de tocar gaita, sentado no mesmo banco e no mesmo lugar.
O tema da primeira edição foi “Acampamento de Pescaria”.
“Eu e o Rio” de Antonio Augusto Fagundes, o Nico, ganhou a primeira edição.
A música vencedora da primeira edição, nada tinha a ver com o tema. Falava sobre a relação espiritual de um amante descornado com as águas do Rio Uruguai.
Nessa revista participei da redação, além de ter ajudado em fotografias e produção em outras matérias. Também ajudei na diagramação dessa revista.
Abaixo reproduzo a matéria que elaborei e diagramei.
UM FESTIVAL PARA RENOVAR
Repórter: Karin Franco
Produtor: Irineu Fontela
Fotógrafo: Ligiane Brondani
Repórter: Karin Franco
Produtor: Irineu Fontela
Fotógrafo: Ligiane Brondani
Na semana santa, a beira do rio Uruguai é povoada de música e poesia. É nesse local que vários homens se reúnem a cada ano para acampar e realizar, o já tradicional, Festival da Barranca.
Começou com uma pescaria. Integrantes do grupo de artes Os Angüeras, entre eles Aparício Silva Rillo e José Bicca, e outros amigos, como Antonio Augusto Fagundes (Nico), Carlinhos Castilhos (Passaronga) e Juarez Bittencourt (Xuxu), reuniam-se na beira do rio Uruguai, na cidade de São Borja, para pescar durante todas as semanas santas. No ano de 1972, em uma das conversas que aconteciam, alguém lembrou da primeira edição da Califórnia da Canção, ocorrida em Uruguaiana no dezembro do ano anterior. No meio da conversa alguém deu a sugestão de criarem o próprio festival, ali mesmo, na barranca. E assim, começava o Festival da Barranca em São Borja.
Cerca de 30 integrantes estavam nas primeiras edições. Aos poucos o número cresceu. Hoje, cerca de 300 pessoas freqüentam o festival.
O que difere o Festival da Barranca dos outros festivais que ocorrem no estado são suas características. Primeiramente, o festival ocorre dentro de um acampamento. São cinco dias, e desses, apenas dois são usados para o festival. Na sexta é escolhido o tema por uma comissão julgadora, e no sábado é apresentado as músicas inscritas, ou seja, são dadas 24 horas para a criação da música. Além disso, não é permitida a entrada de mulheres. Outra característica é que o festival é fechado e apenas os convidados do grupo de artes Os Angüeras podem participar.
Entretanto, a característica que os participantes do Festival mais citam é a fraternidade. Para Airton Haas, participante há 23 anos, considera que aqueles dias no festival são momentos mágicos: “o festival tu não consegue explicar o que é (...) o festival se sente.”. “A irmandade que existe lá. É um mundo totalmente diferente do que a gente está acostumado”, reforça Airton Haas.
Segundo João Julião, presidente de Os Angüeras, “o festival é uma conseqüência, na verdade a barranca é um encontro de amigos”. Marco Antonio Loguércio, integrante dos Angüeras, reforça a idéia de encontro: “Lá não se disputa nada, ao contrário, se compartilha”.
Para os chamados barranqueiros, ou seja, os freqüentadores do Festival da Barranca, é criado um mundo totalmente diferente daquele em que vivemos. “O Festival da Barranca é um mundo de três dias, a gente constrói uma cidade lá em três dias”, conta Loguércio. “Tu sai de um mundo completamente de competição, de materialismo e aí entra num mato lá, completamente desprovido de tudo isso. Não combina com o Festival da Barranca com que o que se vive aqui fora”, relata Loguércio.
Um dos barraqueiros escreveu em um livro, Terra Adentro, o que pensava do festival: “É uma pescaria onde também se pesca, uma reunião que dura o tempo que cada um dispõe na semana santa”, descreveu Sérgio Metz.
Para os barraqueiros, além de servir como renovação aos participantes, o Festival contribui para a cultura do Rio Grande do Sul. Como o festival é fechado, as músicas podem ser consideradas inéditas. Sendo assim muitas acabam participando de outros festivais.
O Festival da Barranca é o lugar onde as pessoas fazem música, mas ao mesmo tempo convivem sem distinguir cor ou credo. Algo que pode servir como base de uma sociedade que precisa recuperar algumas crenças.
Box 1: Algumas curiosidades
Em uma das edições, Luis Carlos Borges ficou 27 horas sem parar de tocar gaita, sentado no mesmo banco e no mesmo lugar.
O tema da primeira edição foi “Acampamento de Pescaria”.
“Eu e o Rio” de Antonio Augusto Fagundes, o Nico, ganhou a primeira edição.
A música vencedora da primeira edição, nada tinha a ver com o tema. Falava sobre a relação espiritual de um amante descornado com as águas do Rio Uruguai.
Olívio Dutra, Yamandú Costa, Rui Biriva, Elton Saldanha e Borguettinho são algumas pessoas que já participaram ou participam do Festival.
Box 2: Trocando “u” pelo “i”
Os barranqueiros costumam evitar palavras que terminam com “u”. Isso acontece porque umas das brincadeiras que os barraqueiros fazem é a pulha. Trocando o “u” pelo “i”, eles conseguem evitar algumas rimas desagradáveis. E é assim que Yamandú Costa vira Yamandi.
Box 3: Alimentando-se na Barranca
A comida feita na Barranca é oferecida pelos organizadores. No cardápio estão comidas campeiras, como a feijoada com couro de porco, carreteiro e ensopado de mandioca.
Mas, a bebida tem de ser comprada. Porém, a Barranca tem moeda própria: o Manduca. O Real é trocado pelo Manduca, que possui a mesma cotação que a moeda nacional. O nome da moeda é uma homenagem a Cláudio Oraindi Rodrigues, presidente da comissão julgadora da 1a. edição do festival.
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